sábado, 19 de setembro de 2009

Hoje é um dia ótimo para pedir perdão pela omissão

Hoje é sábado. Já fazia bastante tempo que eu não postava neste espaço. Não por falta de tempo, porque isso realmente é uma desculpa esfarrapada, mas por desleixo. Às vezes a desmotivação tomava conta de mim. Outras vezes, abria o espaço de postagem, ficava minutos a fio olhando para a tela branca e a fechava. Mas hoje, com o clima nordestino mais brando, aliás está caindo uma garoa, o movimento não está como nos outros dias. Os carros diminuíram a velocidade e os acontecimentos do final de semana me despertaram para escrever sobre algo que muita gente até já escreveu, mas não com a tônica que me permite comentar. Sei, entretanto, que meu linguajar não é muito erudito, que meu português não é aquele que muitas pessoas esperam e que meus textos possam até ser simplórios. Mas o que interessa é o teor do pensamento transcrito para o espaço que me é de direito. Hoje, muito cedo, liguei a televisão e, como muitas pessoas fazem, fiquei olhando para o vazio enquanto meus dedos tocavam o controle remoto em busca de algo que me agradasse. São mais de quarenta canais. E em todos eles a programação era muito comum. A maioria falava de Deus, de Jesus Cristo, de Igrejas e Ministérios. Alguns outros de músicas e ciências e coisas do campo. Nada estava interessando. Mais de quarenta canais e nada de interessante. Interessante mesmo é a capacidade de achar que milhares de pessoas produzindo e apresentando programas não tivessem pensado em mim. Isso mesmo. Pensado num cara que liga a tevê e fica mudando de canais, mas sem vê nada de "anormal" que pudesse chamar a sua atenção. Logo descobri que o problema não eram com os repórteres, com os apresentadores, com os produtores, nem mesmo com os "poucos" canais que a minha parabólica consegue sintonizar. A culpa é do satélite. Este satélite que está sobrevoando a minha cabeça, a minha casa, a minha vida, me vigiando de tal forma que eu não consiga respirar de tanto medo de fazer as coisas erradas. Mas fiz....ontem à noite cheguei tarde, vi minha filha do lado de fora da casa, minha mulher com uma dor de cabeça estúpida, meu enteado dormindo como um anjinho. Aliás, ele era o único que naquele momento tinha razão para dormir e até dar uns roncos, sem se importar com o que estava acontecendo em sua volta. Fiz o que mesmo? Fiz de conta que nada tinha acontecido, que não tinha visto nada do que me falaram, minha filha e minha mulher, e transferi o problema para hoje. Justamente hoje que o sol teima em não aparecer, que os carros diminuiram a velocidade, que está caindo uma garoa...
É isso aí...Vou deixar outra vez o problema para amanhã...ou quem sabe mais à tarde, quando o sol estiver castigando e a temperatura chegar aos quarenta graus. Assim eu me irrito com mais facilidade e tenho uma desculpa. É, vou dizer que o calor me deixa neurastênico e que se for tentar resolver qualquer coisa corro o risco de perder as estribeiras e dizer um monte de palavrões e agredir as pessoas que mais amo.
Sabe duma coisa? É assim que age a maioria de nós. Com a covardia de não enfrentar os problemas diários e amontoando-os para os dias subsequentes.
Vou chamar minha família para um bom papo, num restaurante da cidade e, entre uma garfada e outra pedir perdão pela minha omissão e fazer com que as duas se entendam. Porque daqui há pouco poderá ser tarde demais para todos nós.
Minha vida não é diferente da sua. Vamos fazer esta experiência juntos? Se você estiver com a mesma dificuldade que eu estou tendo agora, faça o que estou tentando fazer. Pelo menos assim, mesmo que não dê certo, mas o coração fica aliviado pela tentativa.
Que Deus nos abençoe.!